O Brasil e Movimento de John dos Passos

O escritor e jornalista americano John dos Passos, talvez influenciado pelo fato de ser neto de um português da Ilha da Madeira, era um curioso pelas coisas do Brasil. John dos Passos veio ao país em 1948 para produzir uma série de reportagens para a revista norte-americana “Life”. Daí resultou seu livro “O Brasil em Movimento”, escrito há exatos 50 anos e agora reeditado.

John dos Passos descreve a época de um Brasil que se perdeu na poeira dos anos 50 e 60. Naqueles dias em que se desbravava o Brasil central, o nordeste e a vastidão amazônica, tudo estava ainda para ser feito em áreas do oeste ainda pouco ocupadas pelo homem branco. Tudo ainda estava para ser melhorado, construído e também destruído para sempre.

Em “O Brasil em Movimento” John dos Passos acompanha os primeiros momentos da construção de Brasília, observando figuras desde o presidente Juscelino Kubistchek, Oscar Niemeyer, até os candangos nas inúmeras obras. Acompanha também a saga da abertura de estradas para o centro-oeste e norte do país pelo lendário engenheiro e construtor Bernardo Sayão. Com um olhar de viajante que lembra os relatos de séculos passados, ele avalia o Brasil e seus políticos sob o olhar de seus próprios costumes e ideais. John dos Passos acaba por documentar o Brasil em três momentos: dos anos de 1948 e 1958 ao ano de 1962. Momentos em que o Brasil passa de um jovem país de sonhos e esperanças para outro que ruma para tempos bem mais cinzentos. “O Brasil em Movimento” é uma grande reportagem que nos deixa nostálgicos de um Brasil que não existe mais.

O Brasil em Movimento

John dos Passos

Tradução Magda Lopes

Editora Benvirá

290 págs.

O Castelo de Papel de Mary del Priore

A historiadora Mary Del Priore está lançando seu mais novo livro o Castelo de Papel.

Mary Del Priore é atualmente uma das mais interessantes autoras de livros históricos no Brasil. Ela consegue unir uma pesquisa histórica consistente com uma forma romanceada de contá-la, tornando a leitura de seus livros fluida e agradável.

Em O Castelo de Papel Mary Del Priore trata da história do casamento da princesa Isabel com o conde D'Eu, desde o arranjo matrimonial até os últimos dias do casal no exílio. (…)

Para ouvir o comentário veiculado na rádio FM Cultura 107,7 clique aqui:

http://www.4shared.com/mp3/iH_bXJBg/2005_CASTELO_DE_PAPEL_-_DENISE.html

                                            A historiadora  Mary del Priore

O Dia Que Durou 21 Anos

Hoje sabemos que o golpe militar de 1964, no Brasil, já vinha sendo gestado há alguns anos./
Já durante o governo de  Juscelino Kubitschek tinham ocorrido dois levantes militares mal sucedidos./ Anos depois com a saída intempestiva de Jânio Quadros da presidência em 1961, foi preciso que a sociedade se mobilizasse para garantir a posse de seu vice João Goulart, durante a luta pela Legalidade./ Mais tarde nas  eleições de 1963,  João Goulart tornou-se presidente da República./
Visto com desconfiança pelas forças conservadoras, Jango defendia as chamadas reformas de base, onde pretendia, entre outras mudanças, realizar a reforma agrária no país./
Neste período crescia a paranóia anti-comunista nos EUA, principalmente depois da Revolução Cubana que expulsou os americanos da ilha e ligou-se a União Soviética./
O presidente John Kennedy, visto como um  democrata que defendia os direitos civis nos EUA, mantinha contato permanente com seu embaixador no Brasil, Lindon Gordon, que o mantinha informado dos rumos que tomava a política brasileira./
As promessas de Jango, com suas reformas de base, faziam com que os americanos temessem  a perda de vantagens de suas empresas  multinacionais no Brasil./  Foi neste contexto que os EUA não só apoiou, como conspirou diretamente para o golpe militar que se concretizaria em abril de 1964./
É sobre este tema que trata o documentário o Dia Que Durou 21 Anos de Camilo Tavares./ (...)

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Maria Antonieta de Stefan Zweig

O ESCRITOR STEFAN ZWEIG NASCEU EM VIENA EM 1881, EM UMA FAMÍLIA DA BURGUESIA JUDAICA AUSTRÍACA./ NO INÍCIO DO SÉCULO XX VIENA ERA UM CENTRO CULTURAL ONDE SURGIAM AS NOVAS IDÉIAS DE FREUD ALÉM DE  GRANDES NOMES DA LITERATURA, DA MÚSICA E DAS ARTES./

STEFAN ZWEIG TOMOU CONTATO COM IMPORTANTES FIGURAS DA INTELECTUALIDADE COMO JAMES JOYCE, HERMANN HESSE, ARTURO TOSCANINI ENTRE TANTOS OUTROS./ ALÉM DO CONVÍVIO NESTE MEIO CULTURAL EFERVESCENTE, ELE TAMBÉM VIAJOU MUITO PELA EUROPA, AMÉRICA, ÍNDIA E EXTREMO ORIENTE./ DESTAS EXPERIÊNCIAS STEFAN ZWEIG CRIOU SUA EXTENSA OBRA LITERÁRIA./ ROMANCISTA E ENSAÍSTA, ESCREVEU VÁRIAS BIOGRAFIAS ENTRE ELAS A DE MARIA STUART, FERNÃO DE MAGALHÃES E ERASMO DE ROTERDÃ./ FOI TAMBÉM TRADUTOR, POETA  E DRAMATURGO./ 

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APÓS A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL STEFAN ZWEIG UM TORNOU-SE UM PACIFISTA CONVICTO, APARTIDÁRIO E HUMANISTA./ 

MAS EM 1933, COM A SUBIDA DE HITLER AO PODER, A VIDA NA ÁUSTRIA TORNOU-SE INSUPORTÁVEL./ FUGINDO DA PERSEGUIÇÃO NAZISTA  ELE MUDOU-SE PARA A INGLATERRA, INDO VIVER EM LONDRES./ EM 1936 CONHECEU E ENCANTOU-SE COM O BRASIL./ EM 1941, COM O AVANÇO NAZISTA NA EUROPA, DECIDIU  FICAR NO BRASIL, PARA ONDE VEIO COM SUA ESPOSA INDO VIVER NO RIO DE JANEIRO, NA CIDADE DE PETRÓPOLIS./ 

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QUANDO STEFAN ZWEIG CHEGOU AO BRASIL TEVE UMA ACOLHIDA CALOROSA POIS JÁ ERA UM ESCRITOR FAMOSO NA EUROPA./ O GOVERNO DE GETÚLIO VARGAS O RECEBEU COM HONRAS E FESTAS./ ANIMADO COM O PAÍS ELE ESCREVEU SUA OBRA QUE IMORTALIZARIA A EXPRESSÃO BRASIL, UM PAÍS DO FUTURO./ 

MAS LOGO, LOGO ELE SE DECEPCIONARIA COM O GOVERNO DE GETÚLIO VARGAS, QUE DEPORTOU OLGA BENÁRIO, E QUE ERA CONIVENTE COM HITLER./ COM O MUNDO MERGULHADO NA GUERRA E COM O NAZISMO QUE SE FORTALECIA, STEFAN ZWEIG FOI TORNANDO-SE CADA VEZ MAIS DEPRIMIDO./ EM 23 DE FEVEREIRO DE 1942, ZWEIG E SUA MULHER COMETERAM SUICÍDIO EM SUA CASA EM PETRÓPOLIS./ 

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PASSADOS 70 ANOS DE SUA MORTE, A CASA ONDE VIVEU EM PETRÓPOLIS TORNOU-SE UM MUSEU EM SUA HOMENAGEM./ O PRINCIPAL RESPONSÁVEL POR ISSO É O SEU BIÓGRAFO O JORNALISTA ALBERTO DINES./     

ESTE ANO A OBRA DO ESCRITOR STEFAN ZWEIG TORNOU-SE DE DOMÍNIO PÚBLICO./ GRAÇAS A ISSO ALGUNS DE SEUS LIVROS MAIS SIGNIFICATIVOS SERÃO REEDITADOS NO BRASIL./ ACABA DE SER LANÇADA PELA EDITORA ZAHAR A BIOGRAFIA MARIA ANTONIETA - RETRATO DE UMA MULHER COMUM./ ESTE LIVRO FOI EDITADO PELA ÚLTIMA VEZ NO BRASIL HÁ MAIS DE 30 ANOS./

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MARIA ANTONIETA FICOU IMORTALIZADA COMO  A RAINHA FRANCESA QUE TERIA DITO AOS POBRES QUE NÃO TINHAM PÃO, QUE COMESSEM BRIOCHES E QUE PERDEU A CABEÇA NA GUILHOTINA DURANTE A REVOLUÇÃO FRANCESA./ 

A BIOGRAFIA QUE STEFAN ZWEIG ESCREVEU SOBRE ESTA PERSONAGEM  VAI MUITO MAIS ALÉM DO MITO./ ELE DESCREVE A VIDA DESTA MULHER QUE AINDA MENINA TEVE UM CASAMENTO ARRANJADO QUE A TIROU DE SUAS ORIGENS NA ÁUSTRIA E A COLOCOU FRENTE AO MUNDO DA CORTE FRANCESA./ O HOMEM COM QUEM SE CASOU, QUE TORNOU-SE O REI LUÍS XVI, ERA PROBLEMÁTICO E IMATURO./ NUM PERÍODO DE GRANDE CRISE, ELA MOSTROU-SE DESPREPARADA E INCONSEQUENTE PARA ASSUMIR A RESPONSABILIDADE DE SEU PAPEL DE RAINHA./ O POVO, LOGO A CULPOU DE TODAS AS DIFICULDADES POR QUE PASSAVA A FRANÇA./ A RAINHA ESTRANGEIRA, FOI CONSIDERADA PROMÍSCUA, PERDULÁRIA E RESPONSÁVEL PELAS MÁS INFLUÊNCIAS NAS DECISÕES POLITICAS DO REI./ DETESTADA PELO POVO, ELA VIU-SE DE REPENTE VÍTIMA DOS MOMENTOS SOMBRIOS DA REVOLUÇÃO FRANCESA E ACABOU CONDENADA À MORTE NA GUILHOTINA./

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STEFAN ZWEIG, AUTOR DA BIOGRAFIA DE MARIA ANTONIETA, ERA AMIGO DE FREUD E TINHA CONTATO COM AS NOVIDADES DA PSICANÁLISE./ ZWEIG APLICOU O ENFOQUE PSICANALÍTICO NA ANÁLISE BIOGRÁFICA DE SEUS PERSONAGENS./ NA BIOGRAFIA DE MARIA ANTONIETA PROCUROU DEMONSTRAR SEU DESPREPARO PARA OS DESAFIOS A QUE FOI SUBMETIDA./

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A BIOGRAFIA MARIA ANTONIETA – RETRATO DE UMA MULHER COMUM, DO ESCRITOR STEFAN ZWEIG É UMA MISTURA PERFEITA DE PESQUISA HISTÓRICA E LITERATURA./ O LIVRO PODE SER LIDO COMO UM ROMANCE SOBRE A VIDA DE UMA MULHER QUE SEM QUERER, FOI PROTAGONISTA DE UM MOMENTO CHAVE NA HISTÓRIA MODERNA./ A RAINHA ALIENADA EM PLENA ECLOSÃO DA REVOLUÇÃO FRANCESA, FORMAVA  O CENÁRIO DE UM MOMENTO DRAMÁTICO DA HISTÓRIA E QUE ACABOU POR LEVÁ-LA A UM FIM TRÁGICO./

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