domingo, 4 de dezembro de 2011

Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino

Dia 29 de novembro foi instituído pela ONU em 1977, como o Dia de Solidariedade ao Povo Palestino.
Trinta anos antes, em 29 de novembro de 1947, a Organização das Nações Unidas votou o plano de partilha da Palestina em dois territórios: um Estado judeu e outro árabe. A população palestina não foi consultada pela ONU sobre esta decisão. Em 14 de maio de 1948 foi fundado o Estado de Israel.
Já o Estado Palestino, conforme prometia a ONU, nunca saiu do papel. Os palestinos foram expulsos em massa de sua terras. Enviados para campos de refugiados, vivendo precariamente, constituídos como verdadeiras prisões, de onde só podem sair com autorização do exército israelense.
O conflito árabe-israelense é bastante complexo para ser tratado em poucas palavras. No entanto em uma breve análise fica evidente o quanto ele foi instigado pelas grandes potências, como Estados Unidos e Inglaterra. Países interessados em manter o controle desta região crucial, entre outros motivos, por sua produção de petróleo. Fornecendo armamentos e dinheiro, fomentaram os ódios e a violência. Há mais de 60 anos os conflitos perduram e dificilmente chegarão ao seu final tão cedo.
Chega as locadoras o documentário Budrus da brasileira de origem libanesa, Julia Bacha. Budrus já recebeu mais de 15 prêmios em diversos festivais internacionais. Dentre eles, recebeu em 2010, o segundo prêmio do público no Festival Internacional de Berlim. Budrus também foi ovacionado no Festival de Tribeca nos Estados Unidos, onde recebeu uma menção honrosa.
A idéia do documentário surgiu quando Julia Bacha foi convidada para coordenar o núcleo de cinema da Just Vision uma organização não governamental constituída de uma rede internacional de comunicadores e educadores. A Just Vision tem como objetivo fornecer mídias informativas que sejam uma alternativa as veiculadas pelos grandes grupos internacionais de comunicação, considerando que a grande mídia internacional está comprometida com interesses econômicos e políticos de países ricos.
A organização se propõe divulgar iniciativas pacifistas de israelenses e palestinos, nesta que é uma das regiões mais conflituosas do planeta.
Segunda Julia Bacha, diretora do documentário Budrus, o objetivo de seu trabalho não é panfletário mas sim contar a história toda, com seus problemas, dificuldades e mostrar o que está ou não funcionando.
O documentário mostra a resistência da população do pequeno vilarejo de Budrus, entre a Cisjordânia e Israel, quando os israelenses iniciam a construção de um muro de separação.
Este muro começou a ser construído dentro do território palestino, não respeitando as fronteiras estipuladas pelo acordo de 1967.
Além de tomar parte de suas terras, a construção do muro destruiria oliveiras históricas. As oliveiras que existem nos territórios palestinos são sua fonte de vida e sustento. Algumas foram plantadas há mais de cem anos. Para o povo palestino estas árvores tem um significado que vai além do econômico. Elas são como membros de suas próprias famílias. Além disso, o muro dividiria também o cemitério local ao meio e ficaria a poucos metros da escola.
O movimento de protesto pacífico em Budrus acabou por ter a participação inusitada de facções palestinas rivais como a Fatah e o Hamas e o apoio efetivo de jovens ativistas israelenses em uma surpreendente cooperação.
Ao final de mais de 50 passeatas, ao longo de dez meses, Israel modificou o traçado do muro, aproximando-se dos marcos territoriais de 1967.
Segundo Julia Bacha, diretora de Budrus, o desfecho do movimento, registrado em seu filme, faz com que que pequenas vitórias como essa, incentivam as pessoas das A diretora de Budrus acredita que existem milhares de pessoas hoje dispostas a lutar pelo fim da violência e da ocupação, preservar os direitos humanos e promover a reconciliação.
Podemos assistir no premiado documentário Budrus, a luta pacífica de palestinos por seus direitos, com esperança em um futuro onde os dois povos possam conviver.
Um difícil jogo onde as forças políticas internacionais, em função de seus interesses, continuam impedindo os acordos de paz entre povos, não só na Palestina, como nas mais diferentes regiões do planeta.
Para o cultura na mesa
Denise Ognibeni
http://www.baixa.la/arquivo/1590819

Música do comentário: "Time to cryout from Jerusalem" de Wissam Murad - CD "A Time to Cry a Lament Over Jerusalem"

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